5 de março de 2010

Para rir um bocadinho...

"Pai: vantagens da sua utilização"

1. Mesmo que seja pouco chefe, o pai é o melhor amigo das crianças. É de fácil utilização, pode estar sempre à mão (em última instância, pelas redes Vodafone, TMN ou Optimus) e tem um período de garantia ilimitado.

2. O pai é um brinquedo fácil de manusear, de acordo com as regras da União Europeia... recomendado para todas as idades.

3. O pai não deve ser guardado em local frio, hermeticamente fechado, e fora do alcance das crianças.

4. O pai pode ser desmanchado por todas as crianças, porque a sua utilização é segura e a sua "montagem" é fácil... mesmo sem manual de instruções.

5. O pai é ergonómico e deve ser acondicionado, sem cuidado, nos braços das crianças. Quanto mais intimamente o pai pareça, mais rótulos de frágil deve ter.

6. O pai, quando faz birras, é um adversário temível e, às vezes, para não perder, torna-se "o dono da bola". Nesses momentos, o pai não deve senão ser guardado em posição horizontal, porque fica mais ao alcance... dos ímpetos paternais das crianças.

7. O pai que não chora, que não "perde a cabeça" ou que não brinca, pode ter "defeito de fabrico"... ou requer instruções quanto à sua melhor "utilização".

8. O pai "rabugento" é uma criança que nunca pôde dizer aos seus pais: "Quando for grande, faço tudo aquilo que quiser." De preferência, deve agitar-se... antes de se "usar".

9. O pai que, quando joga, se deixa perder, não é pai mas, batoteiro.
Deve ficar três vezes sem jogar...

10. Quando a mãe, em vez de ralhar, diz a uma criança "Vou dizer ao teu pai!", à escala dos pesos e das medidas das crianças, isso equivale a duas "tareias" (a ameaça temível do pai, e a da consciência dolorosa de, em vez de mãe, ter uma irmã mais velha que, quando está aflita, chama pelo encarregado de educação).

11. O pai que se esforça por ser um bom pai é esforçado... mas não é pai.

12. O pai que acha que as crianças só gritam (quando brincam) foi uma criança de controlo remoto. Deve ser reciclado no seu azedume e reconvertido na criança que nunca foi.

13. O pai sempre certinho está, geralmente, dentro do prazo de validade, mas requer alguns cuidados dos seus utilizadores, nomeadamente quanto ao perigo de... explosão.

14. A infinita paciência das crianças é um "dadbag" com que o pai, em geral, vem equipado. Em caso de colisão frontal, é de extrema utilidade, e tem uma garantia anticorrosiva que, provavelmente, pode ir até à adolescência.

15. O pai em excelente estado de conservação é um pai à prova de choque e, ultrapassando todas as garantias, é um pai para sempre (o que, e verdade, talvez seja a mais inestimável qualidade da sua utilização)."

em "Más Maneiras de sermos Bons Pais", de Eduardo Sá
Este é um dos muitos capítulos que já "devorei" desta minha recente aquisição, e cuja leitura recomendo!
Gosto muito do trabalho deste psicólogo que normalmente acompanho pela revista Pais & Filhos e que agora, sem dúvida, passarei também a conhecer e a acompanhar, pelas suas obras.
Este livro tem alguns capítulos idênticos a este, em que a rir e a brincar se dizem muitas verdades! Também gostei muito da "Idade dos Porquês" e dos "Direitos dos Pais". :D
Ainda vou a meio do livro (e apenas iniciei a leitura há 2 dias), aproveitando todos os bocadinhos para ler um pouco mais.
Aproveito para desejar a todos um bom fim-de-semana!

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